02/11/2011


O POETA E A LUA!

Celina Miranda.

Vivia num lugar muito distante!
Um tímido poeta sonhador
Com a pena na mão era um gigante
Ninguém escrevia com tanto amor
Ele tinha um estilo cativante
Tão singelo, tão simples, um primor
E sempre sobre amor ele falava
Este jovem a muitos encantava...

Ele tinha uma musa inspiradora!
A quem devotava imenso carinho
Era sua companheira a cada hora
Na noite escura, quando seu caminho
Era perigoso, mas sei agora
Que por mais que ele estivesse sozinho
Ela estava com ele
Era só sua
Esta musa inspiradora é a lua...

Sofria o poeta de solidão!
Se bem muitos amavam sua poesia
Nunca se aproximavam
A razão
Não sei, nem sei se saberei um dia
Tinha admiradores, porém não
Amigos, e nem um amor
E sofria...

Do mal maior que ao ser humano cabe!
A solidão que só quem sofre, sabe
Nosso amigo poeta costumava
À noite, sair para conversar
A ver se a musa inspiradora estava
Esperando-lhe no mesmo lugar
Com ela longo tempo dialogava
E não via a madrugada passar...

A lua, sua musa e companheira!
Passava junto a ele a noite inteira
Em uma destas noites, conversando
Ele resolve à lua perguntar
Por sentimentos que de vez em quando
Faziam seu coração balançar
Ó lua, mesmo que contigo estando
Sinto falta de alguém para me abraçar...

Na minha vida faz falta o amor!
De uma mulher, e isto é minha dor
A lua, então, mui pacientemente
Começa ao poeta responder
Entendo, amigo, o que você sente
E sei que um dia iria acontecer
Não se entristeça, amigo tão carente
Pois antevendo o que iria ocorrer...

Eu preparei alguém especial!
Como você jamais verá igual
Esta resposta inundou de alegria
E ao mesmo tempo de inquietação
Ao coração daquele que escrevia
Os poemas mais cheios de paixão
Porque ele buscava dia após dia
Mas ninguém curava seu coração...

E pensando em seu mal, que continua!
Ele pergunta outra vez à lua
É certo que para mim preparaste
Alguém igual a ti, e que me quer
Os sentimentos teus tu colocaste
Debaixo da forma de uma mulher
É certo, Lua, o que tu falaste
De que ela não é como outra qualquer...

Se tudo isto é certo, diga agora!
Onde devo buscá-la, sem demora
A lua fala então para o poeta
Em que lugar devia procurar
E diz, de forma simples e direta
Que ali alguém iria lhe amar
Ela seria uma moça discreta
De traço suave e gentil...

Seu coração, tão cheio de ternura!
Lhe tiraria toda a amargura
Então o poeta torna a falar
Achando problemas na solução
Que a lua está querendo lhe indicar
Dirige a palavra outra vez então
Ó Lua, mas por que devo buscar
Tão longe quem cure meu coração...

Lua, se queres me curar assim!
Por que a puseste tão longe de mim
A lua, como sempre tão serena
Ao poeta, com calma, respondeu
Querido poeta, como é pequena
Tua confiança no que faço
Eu sei que de ti mesmo tu tens pena
Porque até hoje não apareceu...

Aquela que tua alma tanto almeja!
Alguém que ao teu carinho imenso veja
Eu a pus longe, meu eterno amigo
Para que tu a precises buscar
Ás vezes tu dirás: eu não consigo
Eu já não sei mais como procurar
Mas quando achares levará contigo
E tu por toda a vida a vais amar...

Ela te dará todo o amor!
E tua vida terá outro sabor
Nosso poeta então de emoção chora
Tentando imaginar este momento
Quando chegar seu dia, sua hora
Em que se acabará todo o tormento
Depois de alguns instantes, ele agora
Olha a lua, cheio de sentimento...

E enquanto ele em tudo segue pensando!
A lua continua lhe falando
Todas as noites no céu eu estou
Porém em mim quase ninguém repara
Todas as noites o meu brilho dou
Porém, para olhá-lo, ninguém para
Poeta, teu amor me conquistou
Na solitária noite ele me ampara...

Sempre brilho, mas não vai me encontrar!
Aquele que para o céu nunca olhar
Estou aqui, e quem quiser me ver
Buscar-me-á no céu e me achará
De forma igual, poeta, meu é teu viver
Tu deves tua amada procurar
Eu sei, poeta, pode parecer
Que às vezes é difícil encontrar...

Mas eu te dou a minha garantia!
De que serás feliz com ela um dia
O poeta entre lágrimas então
À lua, com ternura agradeceu
Muito obrigado! - dizes com emoção
Tu sabias do que preciso eu
Muito obrigado, pois meu coração
De felicidade outra vez se encheu...

Ó Lua, tu me fazes ser feliz!
Como jamais sonhei e sempre quis
O relógio não parou de correr
E o tempo continuou a passar
Então os dois puderam perceber
Que a noite logo iria se acabar
O poeta, antes de se recolher
Lançou à lua mais um doce olhar
Lhe deu um beijo para despedir
E então, feliz da vida, foi dormir...

Celina Miranda.

03/02/1995.

SC.


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